Documentos vazados da Microsoft adiantaram o que poderá vir no próximo sistema operacional da Microsoft; não custa ajudá-los na tarefa.
Na semana passada, um punhado de slides PowerPoint vazados da Microsoft permitiu que déssemos uma olhadinha no que seriam os planos para o Windows 8. (Eu os chamaria de “slides supostamente da Microsoft”, mas tanto Mary Jo Foley como Ina Fried entendem que sua origem é legítima, portanto...).
Entre os recursos citados no material estão uma nova tecnologia para carga super-rápida do sistema (uma velha promessa, apresentada a cada nova versão do Windows desde a 98), login multiusuário via reconhecimento de face, sistema de ajuda melhorado, e uma ferramenta para restaurar as configurações originais do Windows sem comprometer seus dados.
Ao que parece, a Microsoft está empenhada em ajudar os fabricantes de PC a construir máquinas que tenham um pouco da confiabilidade costumeiramente associada aos Macs. (Parece que os consumidores estão dispostos a pagar por uma melhor experiência de uso, o que indicaria que o preço extra cobrado pela Apple é por mais que design.)
Seria um erro considerar os slides vazados como um guia definitivo do futuro sistema operacional: o Windows 8 ainda está em seus estágios iniciais, e os detalhes dos slides respondiam a questões preliminares, como tipos de hardware, e não servem como prospecto.
E as previsões anteriores de como seriam os produtos Microsoft raramente serviram para prever com precisão os detalhes dos produtos que foram realmente lançados – pergunte a quem teve contato com os anúncios antecipados do Windows Vista.
Mas todo esse debate sobre o Windows 8 me convida a imaginar o que eu gostaria de ver neste sistema operacional (que pode muito bem receber um nome diferente de Windows 8) quando ele chegar ao mercado.
Eis uma lista rápida – tendo por condição que o Win 8 ainda poderá ser reconhecido como um Windows e não como uma repaginação geral para a Era da Web.
1::Um Windows que é como o Windows 7, só que melhor.
A simplicidade do Windows 7 e a ênfase na adoção de um perfil mais discreto no desktop fazem desta uma das melhores atualizações do Windows. Mas há muitas oportunidades de melhoria, bem como para corrigir as chateações que ficaram. Uma que me deixa louco: se uma aplicação da Barra de Tarefas tenta me alertar sobre algo, ela não será minimizada nem se eu a tiver configurado para se esconder automaticamente... O que geralmente faz com que o rodapé da aplicação que está em uso fique escondido. Esses alertas quase nunca são urgentes, e às vezes é difícil descobrir qual aplicação está dando o alerta. Resumindo: quando eu digo à Barra de Tarefas para se esconder, eu quero que ela permaneça escondida. Ponto.
2::Ou é bom para tablets, ou não é.
Os tais slides mostram o Windows 8 como projetados para rodar bem em três categorias primárias de computadores: laptops, desktops tudo-em-um, e pranchetas (tablets). É essa última categoria que me aborrece. Não acho que seja possível projetar um sistema operacional de última geração para tablets a menos que seja projetado apenas para tablets – e 98% dos softwares existentes para Windows assumem a existência de teclado e mouse físicos. Uma sugestão à Microsoft: construir versões extremamente amigáveis, para tablets, do Office e de outros aplicativos-chave, e devotar uma montanha de esforços para ajudar os desenvolvedores de terceiros a “tabletizar” seus programas.
3::Mais integração com a web.
4::Combate a problemas no gerenciamento de segurança.
No uso diário, a maior diferença entre usar um PC com Windows e um Mac não é que as pessoas com Windows estejam mais propensas a ter seus sistemas invadidos por brechas de segurança. É que elas gastam mais tempo lidando com utilitários de segurança, como os antivírus. Os piores produtos dessa categoria exigem um tempo enorme do usuário, e mesmo os melhores consomem mais tempo do que deveriam. Não tenho certeza sobre o que a Microsoft poderia fazer aqui, mas acho que seria de seu próprio interesse encontrar respostas para a atual trabalheira exigida pela segurança do Windows.
5::Chega de recursos pela metade.
Mais que a Apple, a Microsoft tem uma tendência de acrescentar a seu sistema operacional itens que nunca chegam a alcançar seu inteiro potencial – e algumas vezes, com o tempo, acabam até atrapalhando. (O Device Stage do Windows 7 me vêm à mente agora.) Menos e melhores recursos: não seria um mau lema para uma atualização.
6::Uma versão realmente boa do Internet Explorer.
Sim, é suficientemente fácil para qualquer um migrar para o Firefox, Chrome, Opera, Safari, Flock ou qualquer outro browser. Mas a multidão de pessoas que usa qualquer navegador que a Microsoft lhe dá também merece atenção – e avanços técnicos como HTML5 não terão o impacto esperado se o IE não suportá-los. As versões técnicas preliminares do Internet Explorer 9 parecem impressionantes, mas ainda não há uma versão beta do IE9 – portanto, é prematuro formar qualquer opinião real sobre o navegador que viria com o Windows 8.
7::Recuperação de dados, do jeito certo.
Os recursos de backup incluídos no Windows são no mínimo um desapontamento. Ou não vem com todas as versões do sistema operacional. Ou as duas coisas juntas. Uma proteção de dados de primeiro nível deveria ser direito inalienável de qualquer usuário de sistemas operacionais. Não quero dizer que a Microsoft devesse copiar a Time Machine da Apple, um recurso que não está livre de seus próprios defeitos; mas ela deveria tomar o desafio para si de forma séria, tal como fez a Apple.
Ok, já sei: são pedidos demais por hoje. Mais alguma coisa a acrescentar nesta lista? Fique à vontade.Comente.
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