Depois de décadas confinada aos filmes B na sessão da meia-noite o 3D finalmente chegou às massas, com uma enxurrada de filmes no novo formato sendo produzidos por Hollywood. E a tecnologia não está restrita às salas de cinema: em breve ela estará disponível em uma sala de estar ou monitor de computador perto de você.
Isto é, se você conseguir pagar. Vídeo em 3D requer equipamento que a maioria das pessoas ainda não tem, como TVs capazes de exibir imagens em 3D e os óculos que as acompanham. Uma TV 3D básica custa cerca de R$ 7.000, sem falar no preço dos óculos necessários para ver as imagens: a maioria das TVs vem com um par de óculos, mas se sua família tem quatro pessoas você terá de comprar pares extras.
Portanto, embora o 3D em casa tenha se tornado viável, a tecnologia precisa se tornar muito mais do que uma “moda” para justificar o alto custo.
Imagens 3D, ou “estereoscopia”, existem de uma forma ou outra há muito tempo. A idéia básica permanece simples: usam-se duas câmeras para fotografar a mesma cena de ângulos ligeiramente diferentes, como uma forma de reproduzir o jeito como os olhos humanos vêem o mundo. O View-Master, um brinquedo da norte-americana Fischer Price que alguns de nós tivemos quando crianças ou que demos a nossos filhos é um bom exemplo de um estereoscópio básico.
Outro exemplo é o 3D anáglifo, que usa os já clássicos óculos com lentes azuis e vermelhas. O processo, patenteado em 1891 pelo cientista francês Louis Ducos Du Hauron (e refinado a partir de uma técnica usada desde 1840) inicialmente permitia apenas a reprodução de imagens monocromáticas, mas inovações recentes, como o sistema ColorCode 3D apresentado na última década, são capazes de reproduzir uma gama bastante ampla de cores.
Entretanto, há dois grandes problemas com o 3D anáglifo. Um é uma falta generalizada de nitidez na imagem, já que os detalhes se perdem na lente vermelha. O segundo é que parte da cor é perdida, mesmo se você usar um sistema que restaure as cores.
Quando o 3D chegou aos cinemas em 1950 - sua estréia foi no filme Bwana Devil, de Arch Oboler - usavam-se lentes polarizadas, um dos sistemas mais comuns para o cinema mesmo nos dias de hoje. As imagens para cada olho eram projetadas através de um filtro polarizador, e o espectador usava óculos polarizados que reconstruiam a imagem. Este sistema preserva as cores e não causa tanta perda de detalhes quanto o 3D anáglifo.
Mas o sistema exigia um tipo de tela que preservasse a polarização da luz, fenômeno onde as ondas luminosas são filtradas de forma que só aquelas que “vibram” em uma certa direção conseguem passar pelo filtro. Esta limitação tornou o sistema mais adequado para projeção no cinema do que na TV. Além disso, muitos objetos na tela ainda tinham “halos” estranhos ou cantos borrados, o que tornava desconfortável assistir as cenas por longos períodos de tempo
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