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terça-feira, 27 de julho de 2010

175 milhões de Windows 7 vendidos. Deveríamos mesmo nos impressionar?

Ao comemorar os ótimos resultados do trimestre, Microsoft afirmou vender 7 licenças do Windows 7 por segundo. Parece muito, mas na ponta do lápis...

Onde está a pegadinha? É o que eu quero saber.
Na semana passada a Microsoft informou ter obtido resultados fantásticos para o trimestre encerrado em 30 de junho de 2010. Os números desafiam a imaginação: 16 bilhões de dólares em receitas para o trimestre, 22% mais que o mesmo período do ano passado; 62,5 bilhões de receita para o ano fiscal. A chave de um resultado tão estrondoso: a Microsoft vendeu 175 milhões de cópias do Windows 7 desde seu lançamento em 22 de outubro do ano passado.

A Microsoft não fornece detalhes sobre números de venda – quantas licenças foram vendidas na forma de caixa, no varejo; quantas vieram de graça nos programas corporativos de Software Assurance; quantas foram despachadas com novos PCs. Mas, a 7 licenças por segundo, é difícil questionar a supremacia do Windows 7.

Ou não?

Estava eu brincando com alguns números (o Excel é uma arma perigosa para mentes curiosas) e algo me incomodou. Os valores não se encaixam.

PCs novos

No disputado mundo das novas vendas de PC, o Windows 7 é amplamente tido como responsável pelo recorde nas vendas de novos PCs. A maioria dos computadores novos vem com cópias do Windows 7 – e foi nesse aspecto que a discrepância me incomodou.


Na semana passada, a IDC informou que as vendas de PCs no segundo trimestre de 2010 alcançaram 81,5 milhões de unidades, 22% a mais que o mesmo trimestre de 2009. A rival Gartner estimou as vendas de PCs no período em 82,9 milhões de unidades, 20,7% a mais que o mesmo trimestre de 2009. Não importa que números você escolha, é óbvio que o Windows 7 tem gerado muitas vendas de PCs novos. (Nem todos vêm com Windows 7, é claro – tanto a IDC como a Gartner incluem a Apple em suas contagens, bem como vários fabricantes que entregam máquinas com algum tipo de Linux.)

Vamos às contas. A Gartner diz que a entrega global de PCs no quarto trimestre de 2009 foi de 90 milhões; no primeiro trimestre de 2010, foi de 84 milhões; e no segundo trimestre, como citado anteriormente, cerca de 83 milhões. Numa estimativa grosseira, eu diria que por baixo o número de PCs vendidos entre 22 de outubro de 2009 a 30 de junho de 2010 chegou a 225 milhões, mais ou menos.

A questão

Atribua 4% ou mais para os Macs e você ficará com 215 milhões de máquinas novas. Muitos fabricantes começaram a fornecer PCs novos com Windows 7 pré-instalados antes de 22 de outubro, mas vamos dar à Microsoft o benefício da dúvida.

Conclusão: 215 milhões de máquinas nas ruas, 175 milhões de licenças vendidas de Windows 7. Diferença: 40 milhões de licenças.

Parte desses 175 milhões de licenças foi composta de atualizações corporativas, mas os números indicam que apenas uma pequena fração das empresas embarcaram na onda do Windows 7. Tami Reller, vice-presidente e CFO da Microsoft, afirmou no começo de julho que há 570 milhões de PCs corporativos no mundo, e 422 milhões deles rodam Windows XP.

Se apenas 10% desses PCs tiverem sido convertidos para o Windows 7, teríamos um adicional de 40 milhões de licenças vendidas. Isso sem contar as caixinhas das lojas de varejo.

Será que, depois dessas projeções, os 175 milhões de licenças vendidas ainda soam assombrosos?
Há duas conclusões óbvias: uma gorda fatia dos PCs novos – certamente 25% do total global, mas talvez mais – está saindo das fábricas sem o Windows 7. E a adoção corporativa do Windows 7 poderá não ser tão estonteante quanto alguns querem crer - e pode bem ser o oposto disso.




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